XXI
O só desses silêncios que o cingia
-- de não perder o trote das palavras
mussitava com pedras com árvores
trauteava voz num canto que lembrava
Um cão benzeu-lhe gosto que perdia
cada dia acordar saber-se ser
ter junto mesmo um bicho o estorvando
nos quandos um olhar com que brigar
O mel e pão que campo lhe agraciava
corguinho que cortava gesto e som
já não monumentavam-lhe palavras
Cão - o cão ora voz que respondia
trazia ternuras seiva concebida
...a vida dês então novou velar
Irineu Volpato
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