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30 de agosto de 2010

VÁRIA VEREDA I




I


À mesa uma terrina de curau

alumiada de sol a vir viés

Cortina arregaçada côr pedrês

de pender à janela tesa a um pau


Arrulhos par de pombos em beiral

do vale chegam tarde e placidez

Um grito seperdido quando em vez

a arder de crianças ao quintal


Fogão desses lenha na cozinha

crepitando acha verde de madeira

a cozer duas panelas uma chaleira


Toava à janela mãe como quem canta

- Crianças para o banho...já-já a janta...

Céus voavam farândulas rolinhas

28 de agosto de 2010

VARIA VEREDA - V




V

E sol veio domingo de requinte
inda alindavam-se morros de sereno
Ventinho desses brandos tom ameno
Manhã toda de luz quase um acinte

Na estrada uma charrete perseguia
carregando família impertigada
No vilar missa de ano anunciada
Em paisagem comum se acontecia

Missa rezada obrigação cumprida
marido indo cuidar coisas da lida
e mãe fez-se visita nuns parentes

Dia nadou entre prosas e escambo
Voltavam quando dia ia zambo
e tarde debruçava-se entrementes
Do livro Varia Vereda

27 de agosto de 2010

VARIA VEREDA - IV



IV

À mesa um pai mãe mais quatro filhos
disfarçavam domingo num almoço
junto à porta lidavam por um osso
dois cães E fora sol lambendo em brilho

Mãe intentava conter o alvoroço
das crianças com mesmos estribilhos
Pai vexado comia de afogadilho
Porta ao vento rangia nos esgonços

Findo almoço comida melancia
mãe pôs os quantos pratos na bacia
e pai estendeu rede em copiar

Os filhos debandaram Sós sozinhos
mãe e pai conchegaram-se uns carinhos
suspeitados ninguém os atrapalhar




do Livro Varia Vereda

26 de agosto de 2010

VARIA VEREDA - SONETO III




Madrugada sonhava ali na roça
disfarçada de névoa entrando outono
Morraria despencava-se em torno
acolhia em desvão curta palhoça

Um galo desses guampos bem voz grossa
cantava encompridadamente morno
Outros galos toavam em lhe abono
e noite oscilava sono e fossa

Na mansarda uma vela se acendeu
braseiro em fogão se avivesceu
lumiando telheiro de sapé

E passo que bocejos se acordavam
da chaleira resmungos grugrulavam
a passar por coador um bom café



do livro Varia Vereda

25 de agosto de 2010

POESIA AO VENTO NO SESC

Foto da reunião em 21/08/2010 - Estudando Manoel da Barros



Irineu Volpato é o mediador das reuniões mensais no Sesc do Poesia ao Vento

4 de agosto de 2010

ENTREVISTA PARA SELMO VASCONCELLOS




Irineu Volpato, nascido em 1933, Piracicaba, SP.
Poeta, ensaísta, tradutor. Petroleiro e diplomado em Administração.


SELMO VASCONCELLOS - Quais as suas outras atividades, além de escrever ?

IRINEU VOLPATO – Cuidar desses meus palmos de terra, neste mato, onde permaneço, nestas bandas de Santa Bárbara d’Oeste – SP. Uma vez por mês apresentar no SESC de Piracicaba um poeta brasileiro. Manter correspondência com os que ainda por isso se interessam, nesse mundão.

SELMO VASCONCELLOS - Como surgiu seu interesse literário ?

IRINEU VOLPATO – Acho que em meus tempos de seminário, ali pelos 15 / 16 anos, onde se era estimulado para muita leitura.

SELMO VASCONCELLOS - Quantos e quais os seus livros publicados dentro e fora do País ?

IRINEU VOLPATO – Acho que tenho mais de 46 títulos em poesia. 2 títulos em prosa, um livro de poemas para infância. 5 traduções do francês, de livros do poeta Jacques Canut. 5 traduções livros de poetas de língua espanhola, do Uruguai, Argentina, Paraguai e México.

SELMO VASCONCELLOS - Qual (is) o(s) impacto(s) que propicia(m) atmosfera(s) capaz(es) de produzir poesia ?

IRINEU VOLPATO – tenho comigo que todo poeta é como uma antena, cada um com sua potência de recepção e que fica captando a fluição derredor. E cada um decodifica aquilo que recebe e, transformando em poema.

SELMO VASCONCELLOS - Quais os escritores que você admira ?

IRINEU VOLPATO – Não é difícil de perceber quais, tanto em prosa como em verso, nacionais ou importados, que me ocorrem são : Machado, Euclides, Guimarães Rosa, Bernardim Ribeiro, Camilo, Homero, Virgílio, Ovídio, Dante, Manoel Bandeira, Manoel de Barros, Carlos D Andrade, Antero Quental, Fernando Pessoa. Mas na realidade, que leitura não interfere ( se não, deveria ) em nossa criação literária ?

SELMO VASCONCELLOS - Qual mensagem de incentivo você daria para os novos poetas ?

IRINEU VOLPATO – Leiam, leiam, leiam, anotem, comentem. Antenem-se à vida. E aquilo que os tocou, reescreva tantas vezes até que tomem o sabor em feitio de poema.


Fonte : http://antologiamomentoliterocultural.blogspot.com/

IRINEU VOLPATO EM DIVERSOS EVENTOS LITERÁRIOS


O Poesia ao Vento de 04/09/2009 - Autor estudado Quintana. Contou com as ilustres presenças de três sobrinhos-netos de Mario Quintana: Ligia Quintana Marcondes César, Cecília Marcondes de Toledo e Augusto Quintana César, além de Irineu Volpato, João B. Athayde, Ivana Negri, Carmem Pilotto, Carla Ceres, Leroy, Talita Marine e Cassio Garcia.






Aconteceu na noite do dia 17/10/2007 a apresentação do Projeto EntreVersos junto ao SESC na cidade de Piracicaba(SP), abrindo a semana do Projeto Utopia, com a participação de poetas, educadores, coordenadores de escolas públicas e particulares, alunos e demais presentes, para assistirem a palestra proferida pela coordenadora do EntreVersos, Denise Carmesini.

Entre os convidados, destaque para o poeta Irineu Volpato , o qual parabenizou o fundador e presidente do Instituto Usina de Sonhos, DR. JOSÉ EDUARDO MENDES CAMARGO pelo trabalho cultural que vem desenvolvendo na cidade de Dois Córregos através da poesia



Em 27/02/2010 reunião do CLIP e contou com a presença de dois escritores de Santa Bárbara D´Oeste: Douglas Nogueira e Sâmela, da Academia do Círculo Barbarense de Escritores, entre Athayde, Irineu Volpato e Lidia

3 de agosto de 2010

ENTREVISTA PARA ESCOBAR FRANELAS

Irineu Volpato, poeta e professor, radicado em Sta. Bárbara d´Oeste, interior de São Paulo, é um poeta atípico. Usando o universo lírico para suas cirurgias artesanais, compõe suas sublimações com uma tal formatação que muitos invocariam João Cabral de Melo Neto ou Manoel de Barros, referências básicas. Mas um olhar mais acurado vai encontrar ali ressonâncias que flertam com um universo mais profundo, menos orgânico e singularmente único. Minhas pesquisas apontam Irineu Volpato como escrevedor de uma carpintaria única, visceral, onde o adjetivo torna-se substância, o verbo se sujeita, o artigo pronome-se, e tudo isso sem perder o referencial, a profundidade e a musicalidade inerentes ao bom poema. Uma pequena amostra pode ser observada através de suas respostas, nesta entrevista exclusiva(por carta), para este sítio Recanto das Letras.

Escobar Franelas – Quem é Irineu Volpato?
Irineu Volpato – Nasci e devolvi-me viver caipira, para me sentir centrado. Tenho o silêncio e o sozinho como os dois suportes meus mestres. Vivi o quanto valeu-me participando, trabalhando, produzindo, sendo compromisso e compromissado, bem uns 55 anos, daí decidi-me reservar para cumprir-me diálogo comprometido com as palavras, e poesia.

EF – Quando Irineu Volpato começou sua traficância de (pensen)timentos para o papel?
IV – Minhas molecagens literárias comecei-as aos 14 anos. Era um colégio internato, de padres, onde tudo se proibia e o possível era escondido. Mas foi quando li inteiros Varela, Castro Alves, Casimiro, Camões, outros, e engolia todos os textos de antologias(e como havia antologias muitas e boas. Uma excelente da Globo, do Rio Grande, trabalhada por Francisco Fernandes, sem esquecer A Nacional do Carlos Laet, da Francisco Alves, do Nunes, de Curitiba). Fora já do seminário, trabalhei em minha terra natal, em 2 jornais, andava pelos 17/18 anos. Por sorte rodeado de gente muito boa em literatura. Em Piracicaba, em 1953, moleque fui o primeiro que publicou ali um poema modernizado(sem se obrigado à rima. E a Semana de 22 já era velha 32 anos...).

EF – Percebo em seu trabalho uma paixão por novas orquestralidades da frase. Onde( e quando) surgiu esse viés interpretativo para a palavra?
IV – E quem primeiro me puxou para a orquestralidade das palavras, da frase, foi Euclides da Cunha, depois vieram Raul Bopp, Cassiano Ricardo, Manoel de Barros... Sempre gostei de enfiar-me em literatura de autores pré-clássicos portugueses, onde e quando nossas palavras andavam nascendo. Daí pus-me a enviesar-me, a brincadeirar com elas, cumprindo as regras das possibilidades das transformações lingüísticas. E quando fui ler Guimarães Rosa, senti-me assim estando em casa. Impactou-me mais Manoel de Barros e suas brincadeiras de frases.

EF – Quantos livros o Irineu Volpato já publicou?
IV – Livros editados mais de 15. Enfornados outros mais 30.

EF – Qual a relação de Irineu Volpato com as novas expressões midiáticas?
IV – Ainda que passeie traduzindo obras de autores de outras línguas, como franceses, italianos, espanhóis, americanos, e que tenham me obrigado ao latim, grego, raspeladas de hebraico, em seminário, sou visceralmente contra o que vem acontecendo com a importação desnecessária e uso de tantos termos da língua inglesa em nosso dia-a-dia. Ignorância de quanto é rica e exata nossa língua vernácula, ou subserviência simiesca?

EF – Quem (ou o quê) influencia a obra de Irineu Volpato?
IV – Há alguém imune, se consegue espiar antenado ao redor? Tudo me toca, mais que me influencia.

EF – Quem você encontrou nesses “undergrounds” que não justifica estar à margem?
IV – E adianta ser excelência, nas rabeiras águas do alternativo, se para daí se emergir falte-lhe o QI obrigado?


por Escobar Franelas
Publicado no Recanto das Letras em 05/01/2008
Código do texto: T804767

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