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4 de setembro de 2010

“CONVERSA AO PÉ DO UMBIGO” ENTREVISTA PARA O JORNAL INTERVALO -PÁGINA SILVÉRIO COSTA




“CONVERSA AO PÉ DO UMBIGO”
PÁGINA DE SILVÉRIO COSTA
JORNAL INTERVALO





Silvério Costa - Conta para nós quem é Irineu Volpato, o que já fez em matéria
de literatura e quais os seus projetos para o futuro ?

Irineu Volpato - Em literatura me acho apenas aprendiz de poeta, com mínimas
incursões pela prosa (andei nos idos de 50/60 arremedando-me em contos, publicados à época, num jornal, de Piracicaba. Mais recém publiquei um livro em prosa sobre uma viagem por Grécia; também um diário- com título de Efêmeras, resultado dum conluio de grupo de Escritores em Movimento, do ABC, para dizermos com múltiplos olhos, do último ano dos anos novecentos). As primeiras reinações poéticas aconteceram num seminário, onde internei-me estudando.
Preso como todo aprendiz, a princípio, às formas fixas de quadra, soneto (hoje ainda ando repetindo-o como forma de manter disciplina de harmonia e rítmica do verso).
Um dia, de volta a Piracicaba, nem completados os 18 anos, entrei para um jornal diário,como revisor e aí me deram a primeira oportunidade de publicar poemas. Já então leitor de obras dos literatos de 22, bandeei-me para outras formas mais livres de versos e poemas (e segundo um pesquisador local, tempos atrás, disse ele serem esses meus poemas livres os primeiros com ares de modernismo, aparecidos em Piracicaba, e andávamos por 1952. Sem muito que admirar, pois que aqui no abc, quintal de S Paulo, apenas nos anos 60 se tomou conhecimento do modernismo de 22).
Vivi aí intensamente ambiente literário. Nessa época participei duas vezes da Maratona Euclidiana, em S José do Rio Pardo; fui co-fundador de diversos grêmios literários em colégios da cidade. Consegui em seguida uma página dominical no Jornal de Piracicaba, com artigos encomendados dos luminares lo-cais e muitos importados e traduzidos.
Quando bandeei-me para S Paulo, Capital, determinado completar meus estudos em Universidade e trabalhar em jornal ou numa editora e concretizar meu sonho de escritor. Veredas da vida.
Na Capital,trabalhando de dia para estudar à noite, um dia entendi que deveria me resolver entre a fome, literatura e minha realização profissional. Decidi-me pela realização profissional e, que a literária poderia esperar(como pôde. Só fui reativar-me produzindo literatura e participando em 1990, quando já assentado nas coisas de viver e existir, liberado de preocupações básicas, econômicas. Não que os poemas deixaram de incomodar-me nesse entrecho. E sempre que incomodavam transpunha-os para papel e deixava-os dormirem guardados. E sem nunca serem aproveitados em quaisquer livro depois. Era para não perder embocadura.
O tenho publicado de 1992 a esta data, foi produzido a partir daí. Acho que são uns 13 títulos de livros de poemas andando por aí. E quase outro tanto deles à espera de polimento, retrabalhação, até ganhar buquê, para aparecerem.
Dizer que ando planejando algo, não seria bem o correto. Imponho-me certo método de trabalho, bem disciplinado, quase rígido, de todo dia produzir algo, seja em meu estilo Motetos (poemas mínimos de até 4 versos, com predominância do de dois, como foram Apud, Ai-me Pressa...etc. Assim como os tocam instrumentos musicais e não podem perder a habilidade) ou poemas dum só tema, onde me alongo por até cinco dezenas de páginas.
Esse meu trabalho nos motetos, já ouvi de alguén, dá a alguns parecença que me repito-me em temas. Quero exclarecer que em cada retomada propositada procuro a recriação e mutante inovação dos temas. Num horror obsessivo de nunca repetir-me na forma e no dito.
E traduzo, como sou traduzido em espanhol, francês e italiano. Já me concederam prêmios(como o Salvatore Quasimodo, de Italia, o de Academia Fernandea, de Catanea, Itália), mesmo sem participação de concurso.

SC - Sempre tive muita curiosidade em saber quais são seus autores preferidos e qual é seu livro de cabeceira. Poderia revelá-los para nós

IV - Houve época de os poetas românticos brasileiros me perseguiam, espcialmente Castro Alves e L N Fagundes Varela. Vieram os parnasianos, os simbolistas, os da geração de 22. Um dia descobri a literatura gaúcha. Mas entre os poetas os que nunca sairam de minhas constantes releituras foram na poesia Bernardim Ribeiro, Cassiano Ricardo, Raul Bopp, Manoel de Barros, Hilda Hilst. Na prosa vim por Alencar, Machado, Euclides da Cunha, Graciliano Ramos, João Felicio dos Santos, João Guimarães Rosa, mais russos e escandinavos. Cujos, hoje, não programo releitura, já que estão sempre distribuidos pela minha mesa de trabalho, abro-os ao léu em qualquer das páginas e me desembesto, horas por eles, sempre encontrando algo novo naquilo que ontem escapou.

SC - Segundo Mário Quintana- “Ser poeta não é escrever grandes coisas, mas possuir uma voz capaz de ser reconhecida no meio das multidões”. Você tem essa voz, eu o afirmo, Ela é fruto de inspiração, ou da rquitetura da palavra ?

IV - Não resta dúvida que somente inspiração, sem dom para as letras, dificilmente se chega ser escritor. E confiar também apenas que o dom(com inspiração) possa produzir obra literária reconhecível vai um amplo vazio. Todos nós que também fomos iniciantes, entramos para a literatura imitando, ou pelo menos tentanto andar pelas sombras de algum autor consagrado. Isso pode ter sido até salutar. Ruim no entanto aqueles que aí permanecem, sem tentar ultrapassar a fase e acabam com tempo acreditando-se literatos, mesmo a continuar pastichando. Ou repetindo, como se competissem, em prosa, em verso o que outros antes disseram igual e melhor. Pior ainda são aqueles, que cercam esses mesmeiros e passam elogiando como bom autor esses de reles trabalhos literários. Não encontro razão para que se dê espaço em publicação qualquer dessas produções, muito menos em páginas de livro, que nada acrescentam ou inovam(ah o chorrilho de antologias, tipo caça-níquel que infestam o meio!). E pior ainda quando os amigos do amigo acham de dizer, inventando-lhe genialidade, mais para exibir e terem publicadas também suas verborragias, tergiversam a realidade.
Na mesma linha do que disse Mário Quintana, porém mais específico, há um editor francês da revista Europoèsie, Philippe Caquant, que disse - “Talento em literatura tem aquele cujos trabalhos demonstrem que o autor conhece muito bem sua gramática, seu léxico, sua literatura, e o que ele escreve os leitores de imediato reconhecem tratar-se de produção dele”.
E que o trabalho literário é uma arquitetura, melhor, uma oficina da palavra também concordo. Nele o texto tem que ter seu tempo de espera, assentamento, para posterior limagem, limpeza, enxugamento, polimento, não há dúvida.
A retórica do discurso de promptu pode nos entusiasmar? Pois que se aproveita do imediato, do improviso, não dando ao ouvinte a temporização da de reflexão e análise? Mas passe ao leitor esse mesmo texto, transcrito para uma página, e verá se relendo-o resta-lhe o mesmo enleio, o quente impacto do ouvido? Tire das vozes dos recitadores esses poemas bombásticos e dê-lhes o frio texto transcrito duma página...
E minha resposta para o processo de criação literária.
A respeito, leia-se o que disse Olavo Braz Martins dos Guimarães Bilac, no soneto A UM POETA, no seu livro A Tarde.

SC- Eu conheço seu lado poeta, graças aos livros que você me encaminha.
Nunca lhe ocorreu escrever textos em prosa. Por que ? Ou eles existem e eu
é que desconheço ?

IV - Já andei pelos caminhos da prosa, como disse na primeira resposta, esporadicamente hoje ainda ando (cito meus - Por Grécias, Efêmeras-um diário, uns artigos, uns prefácios, as cartas, que procuro responder à mão a cada um dos meus correspondentes). Mas aplico-me mesmo como aprendiz de poeta, inclusive traduzindo outros poetas de França, Uruguai, Argentina, México e Itália.

SC - Qual sua opinião sobre o papel dos jornais alternativos, como o INTERVALO, por exemplo, na difusão da literatura brasileira, que alguns teimam em deixar nas trevas.

IV - Meu caro Silvério, há-se que peneirar bem isso, de jornais alternativos. Ainda que eu tenha, que se deva festejar o esforço daqueles, que tantas vezes vendem tripas e coração para editarem um alternativo, mantê-lo circulando, honestamente não acendo vela alguma àqueles que desaparecem, quando passaram seu existir sem cumprirem um mínimo da literatura prestável. Sobre a sobrevivência daqueles que merecem nosso apreço, acho, caberia se pensasse mais fundamente cada caso (lembro a troca de ideias, tempos atrás com o amigo E.Waak, d’O Boêmio) para manutenção deles sem tantos sobressaltos. Mesmo àqueles jornais e colunas alternativas de jornais, como você produziu, que resistiu bravamente quanto pôde, sustentando sempre literatura de qualidade como na sua Fronte , e assim tantos outros de norte a sul (não vou nominar outros a fim de não ser injusto, esquecendo alguns) que primaram e primam peneirando e editando boa literatura, como resistindo ao oficial, esse que só edita o que lhe garante venda sem esforço.
No entanto, abro aqui exemplo para reflexão, e das mais justas, as editoras do Estado do Rio Grande do Sul, que hoje e sempre produziram muito boa literatura. Por que não precisam nem recorrem às do restante do Brasil, para sustentarem-se, editar, distribuir e vender a boa literatura produzida por lá ?



S Bernardo, março 2001

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