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3 de setembro de 2010

ENTREVISTA PARA SIVÉRIO R DA COSTA




ENTREVISTA
PARA SILVÉRIO R. DA COSTA



1. Fale um pouco do Irineu Volpato, cidadão e poeta

IV- Nascido no mato(zona rural de Piracicaba-SP), Puseram-me para desemburricar numa escola rural a 6 km de casa. O caminho cortava pastos, linha de trem. Doía de molhado no tempo de frio.
Completei essa etapa de escola em cidadeDaí embutiram-me num seminário,durante uma setena de anos. E acabei o 2.o ciclo aqui fora, depois de prestar exames complementares, já que estudo na casa dos padres não servia para aqui fora. Depois embarquei para S Paulo, onde completei uns universitários e nunca mais voltei.
Oficios que desempenhei- em criança fiz-me ajudante em fábrica de bebidas, quando tornei do colegio fui trocando vida de garção, por auxiliar de escritório, por professor, revisor de jornal.
Em S Paulo, fui bancário, secretário de escola e finquei-me por 24 anos numa firma de petróleo.
Troquei o petróleo por gases onde me aposentei, isto é, troquei minha liberdade de emprego, pela prisão de autônomo.
O primeiro beliscão de poesia senti-o no seminário, onde lia escondido Varela, Castro Alves, Casimiro, Guilhermede Almeida, Menotti del Picchia e aquela turma de gauchos editados em Antologia, pela velha Bertazzo-Globo .
Fora do seminário, plantei-me em bibliotecas, querendo conhecer tudo. Depois enfiado em redação de jornal, na minha terra (primeiro foi no Diário, transferi-me depois ao Jornal, onde sustentei um página semanal, comentando literatura, conseguindo que os luminares da época escrevessem sobre ciência, filosofia, até trocassem farpas, brigassem por ideias nessa página ). Com alguns sonetos no bolso, consegui um dia editar. Então o caminho se abriu.
Passei a bicar no moderno,. versos soltos(que segundo um historiador de lá, esses meus poemas sem rimas foram os primeiros que apareceram ali. E rolavam os anos 50). De então não parei mais. Mesmo no interregno, aqui em S Paulo, quando me propus definir minha vida e apenas dedicar-me à profissão, guardava uns cadernos escondidos, dos poemas que não conseguia suportar.
Meu primeiro livro de poemas arrisquei-o em 53, Brumas e Brisas. O segundo 39 anos depois - Poemeus , e o seguiram Poemais, Poemantos e mais 14 . De entremeio uns prêmios em concursos e deles as antologias. E amigos de outras terras a quem traduzi e me traduziram. De França 4 livros. De México, Uruguai, Argentina somei mais 5 livros e autores.
Nesse interregno de homo-faber comprei e li quanto podia, o que saia de nacional e de estrageiros , o que conseguia,fosse de Chile ou franceses, mexicanos, italianos, espanhois, americanos, ingleses.
Quem me influenciou nessa retorta foram muitos a começar de Euclides da Cunha, depois Felício dos Santos, Guimarães Rosa, e tantos. Poetas foram os modernos de Cassiano Ricardo, Raul Bopp, Jorge de Lma, Carlos Pena, Manoel de Barros, Hilda Hilst...bom parar. Cabral, Murilo, Drumond assim como Borges e Neruda só conseguiram espantar-me.

2. Numa epoca em que a palavra soa como algo fora da realidade, já que vivemos num tempo que predomina a imagem, como é para você ser poeta ? O que levou-o escrever poesia?

IV - Reataram-nos ver/ter o mundo por imagem, roubando do homem a conquista da palavra) onde ele se demonstra inteligência, raciocínio, lógica). Está difícil reachar como inverter esse comando.
Não bastasse a TV, invadiu-nos a Internet. E o que virá em seguida ?
Li recém, que o vocabulário médio em uso atualmente pela juventeude é inferior a mil palavras. Lembra-me que nos anos 50/60 os testes que mediam QI dos escolares ,tinham alto peso o uso númeroso de palavras. Um escolar de primeiro grau que utilizasse monos de 1200 palavras era considerado infra-normal.
Mas quantos ainda lêem ? Ainda não conseguiram nivelar a rebanho os seres humanos.
E também por que não tentar fazer que os versos do poema imaginem? E’ isso que venho intentando desde Apud para cá.

3. Você acredita que a poesia tem futuro no Brasil ?

IV - Se o teatro continua depois do cinema, e o rádio depois da TV e a carroça tem seu lugar, ainda depois do carro, e são apenas usos, modas, por que a poesia (esse sentimento que toca e move o ser humano, quando topa seja com os lindos ou com os horriveis da vida e pede manifestar-se) enquanto não descerebrizarem os humanos , desaparecerá?

4. Qual sua opinião sobre poesia visual(tão em voga) que conta, cada vez mais, com grandes cultores no Brasil ?

IV - A boa poesia visual não está com essa bola toda. Aqui no Brasil, seus principais já não estão mais nessa, embora persistam uns retardatários produzindo e outros abnegados editando.
Ainda bem que a poesia visual conseguiu apartar-se da concreta, assim como a arte postal.
Mas o que ainda se nota, todas elas andam patinando no experimental. Brinco às vezes de visual, mas assusta-me a inconsistência.
Para mim poemas, independente da forma apresentada, sempre que digam algo de novo, até entortando a forma de ver ou de pensar e, se renovem, não há o que decriminar.Porém que o poema “preste” ,dizendo assim na crua linguagem de povo.

5. Sua poesia apresenta um estilo diferente da praticada pelos chamados poetas lineares. A quem se deve tal influência ?

IV - Esse meu estilo de escrever, que você chama diferente e um bom número o dizem dificultoso, acho porque foge à linearidade. Procuro exercitar dentro da linguagem dos poemas todas as possibilidades, seja na busca da palavra exata ou na colocação dessa palavra dizendo pelo texto, assim como fizeram e fazem nossos bons poetas e prosadores. Se isto resulta diferente ou dificultoso, minha intenção não é mudar.

6. O Seu trabalho é fruto da inspiração ou da transpiração ?

IV - Sem a transpiração se vestirá mal a inspiração. O poema pode trazer até alguns ademanes bonitinhos. Mas poema mal vestido é como gente, passará sem ser notado ou notado pelo mau gosto de se apresentar.

7. Quais os poetas contemporâneos brasileiros que mais lhe agradam ? E por que ?

IV - Poetas que sempre me agrada(ra)m, são aqueles que cria(ra)m, que bem inventa( ra)m , encontrando nova forma de dizer o velho (já que de novos temas que mais há de se criar) ? Corroborando o que disse na questão anterior. Basta ler um João Cabral, um Gerardo Mourão, Manoel de Barros (especial nos mais antigo), Hilda Hilst etc.

8. Quem é seu poeta preferido ? Ele contribuiu de alguma forma, pra sua grande performance poética ?

IV - Tenho comigo que ninguém escapa impune da leitura dum poema , especialmente daqueles, quando acabados de ler, bate na gente a vontade de poemar. Só para citar, na base alternativa, quanta gente boa me entusiasma, e contibui para me (in)formar. Minha dívida é tanta !

9. Você acha que a cultura está tendo espaço que merece na mídia, em geral, e na televisão em particular ?

IV - Se isto que anda exposto na Tvs, borrado nos jornais e revistas, mesmo naquelas que se dizem especializadas, é cultura - ‘ab-renuntio”. A não ser os canais de Tv educativos (mesmo com certas ressalvas), quem pode apontar hoje um programa, um suplemento, mesmo uma página na mídia que possa ser considerada cultural ?
E as nossas universidades oficiais em que estão ajudando para difusão da cultura e mesmo nas demais exigências da sociedade que as financia, como educação, agricultura, saude, renovação ou implantação de tecnologias ?
E os nossos alternativos, sempre a reclamar e lamentar contra o oficioso e oficial, na sua maioria têm-se demonstrados culturais ? O que estão fazendo para aculturar ? Pelo que andam editando, sempre com a saida, de que se precisa dar oportunidade a todos, especialmente aos quem estáo querendo sair do limbo , não estão perdendo o sentido do que seja cultura, isto é, em literatura,que traga um mínimo de qualidade literária , inventiva, ou realce pelo menos uma promessa ?


10 - Qual a sua opinião sobre os concursos literários que proliferam por ai ?

IV - Concursos literários, raríssimos são os que guardam alguma seriedade e, estes em geral são aqueles promovidos por entidades oficiais. Os demais ou, são caça-niqueis, deslavados ou não, ou os idealizadores formam grupos de mútuo-socorro, ou os promotores querem passar por editores. E ainda aqueles que querem perenizar suas vaidades e nomes, à custa das vaidades dos que idolatram ver seus nomes impressos. Citar nomes ? Os que já veredaram algumas sendas nesse ofício da literatura os manjam muito bem, ainda que sempre transvistam seus métodos de abordar. E a
isto se misturam as antologias. Quantos editores de alternativos já não montaram sua(s) antologia(s)?
Confiados na contraprestação de publicação de peças em seus jornais ou revistas, soltam uma circular conclamando os publicados para somarem com ele. Resultará no que ?Qualidade, boa literatura ou mais volumes, que terão coragem de nos remeter, embaraçando-nos, a solicitar opinião sobre ?
Ressalvem-se, é claro, os que jeitosamente conseguem sobrenadar sobre essa medíocre mesmice.
Aos que não se pejam, por que compactuar ?





S Bernardo, abril 99

1 COMENTE AQUI:

Anônimo disse...

Boa noite,volpato parabéns ao grande poeta ,modesto e grande pessoa.Parabéns
ao"POESIA AO VENTO" muito,grata amigo.Antonia Martins Larrubia Segatto.a.larrubia@ig.com.br

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