MOTEMAS

meu galo (...)

rompe-se Pavarotti

em poses madrugadas

Irineu Volpato

“Ora (direis) ouvir estrelas... (Olavo Bilac) - XXX - DO LIVRO SONETOSS

XXX

 

“Ora (direis) ouvir estrelas... (Olavo Bilac)

Oh, meu doce Bilac das estrelas

os basbaques d’hoje rastaqüeras

só entendem pacóvios de novelas

que lhes fartem a alma tão-besteiras

Senso? Que senso há perante as telas ?

Alguém sequer pondera as baboseiras

das histórias chinfrins dessas novelas

mal compostas insossas revezeiras ?

Que diálogo pode o espectador

plantado frente ao écran-televisor ?

Acaso acudiriam essas novelas

avirem-se balanço com a vida ?

Ah, meu caro Bilac má pedida

seria dizer a essa ralé... de estrelas !

Irineu Volpato

MOTEMAS

Foto Irineu Volpato

a cada dia debulha-te paisagem.

Irineu Volpato

do livro "ah rever verdes sob sombras descansando"

XIV - DO LIVRO SONETOSS

XIV

A sorte fez-me exposto acusativo

subjuntivo aposto vedros eitos

quanto imperfeito declinei de línguas

mínguas vezes tantas cavoucadas

Incoativo modei-me apenas jeito

sujeito em voz passiva enunciado

centrado de caudais imposições

d’exclusões em caminhos denunciados

Conjunções fiz meu tempo de sem verbo

sintagmas acerbos impôs-me a vida

ardida nunca deu-me pôr-me arrôio

Ah, meus sonhos sonhar átimo apenas

ouvir amenas vozes vocativas

por inventivas fainas...prisco abôio !

Irineu Volpato

MOTEMAS

1/2 tarde é quando verão costuma

arrebanhar pelas corcovas do céu

dessas nuvens invocadas

para escarcéu de chover

Irineu Volpato

DO LIVRO "SOB SOMBRAS DESCANSANDO...

deixa que tua mão detenha em júbilo esse Delta

Irineu Volpato

XLI - DO LIVRO SONETOSS

XLI

Debandei minhas dores que teciam

de aranhas horizontes que eram meus

E ganhei livre sol me iluminando

Por que regar saudades mais nem eram?

Caminhos só de espinhos que me ardiam

circuncercaram-me fel ruim viver

Lavei-me dos destroços que insistiam

e fiz de meus retalhos outra querença

De então vida forrou-se telas-cores

amei de amar viver ser-por-estar

e debruar meus olhos em novos planos

e feito mel e risos e alegrias

descansei minha sombra onde havia

nadas que judiassem essas estradas

Irineu Volpato