A Latejar na Alma e na Mente – Zanoto (*)
“ Já pensou enganar sua pressa/e espreitá-la permitida-se irada/num se indo por becos e bibocas?”
Meu Caro Irineu Volpato, poeta previdente, irretocável, decidido a passar a vida nas sesmarias paulistas, que exercita um modo de poetar diferente, roseano, de toques saramagoanos, Virgília vivo, de pendores murilianos, intelectual de classe, colecionador dos problemas mais identificadores do poema sisudo e lírico e se tivesse nascido em Coimbra ou Angola seria paulista, quase que coloquei nesta crônica, como título os seus versos em epígrafe, ou, então, só “já pensou enganar sua pressa...” e a vida urbana se meteria por becos e bibocas. Eu adoro a vida urbana. E seguindo acaba de dizer P.H. Xavier, “você adora a vida rurale pastoral. Alberto Caeiro gostava decididamente da vida pastoral. Virgília também. E vou escrevendo... Aliás já houve quem dissesse que “ escrever o que quer que seja, deve ser feito com reflexão. E, meu caro Irineu, pouco tenho conseguido refletir nestes últimos tempos. Para mim me bastavam “os verdes vales do fim do mundo” descritos pelo Bivar.
Mesmo assim, ainda estou nos tempos de plantar e colher.
Estou em dúvidas e sobre a forma de arte sou pela prosa ou pela poesia.
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Irineu, que bom que você tenha ficado feliz com a minha frase “Se me fosse possível, gostaria de ser o pico mais alto do Estado de Minas...” mais alto até que a Mantiqueira. E você disse: “nada como renovar o querosene do candeeiro depois dumas trancadas”. É verdade meu caro. “Inda bem que o mundo, algumas vezes nos propicia esses retornos da gente andar, ter tempo de lavar as roupas sujas”.
(*) Zanotto, editor da página Diversos Caminhos, no 2º Caderno do Jornal Sul de Minas, Varginha – MG
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