Artigo Publicado no Jornal de Piracicaba de 17/02/2012
Caderno Cultura
(entrevista/opinião do Poeta e escritor Irineu Volpato)
Público recebeu a literatura modernista com vaias
“Enfunando os papos, saem da penumbra, aos pulos, os sapos. A luz os deslumbra”.
O poema Os Sapos de Manuel Bandeira, que criticava abertamente o movimento literário parnasianismo foi vaiado ao ser lido pelo poeta Menotti del Picchia no dia 15 de fevereiro de 1922, segundo dia da Semana de Arte Moderna.
A fúria do público mostrava claramente as objeções ao que vinha de novo na cultura nacional. No mesmo dia, Oswald de Andrade foi vaiado ao ser anunciado por Picchia.
A literatura modernista veio como inspiração do que estava sendo feito na Europa em termos de construção poética. Já em 1912, Oswald chega da Europa com o conhecimento de novas formas de expressão artística.
“Esse movimento tirou a literatura brasileira da mesmice que estava”, afirma o escritor Irineu Volpato.
Segundo conta, foi a partir daí que os escritores começaram a encontrar a melhor forma para dizer o que queriam, sem algemas ou amarras de um movimento específico.
“Todos estavam muito acomodados naquela época. Isso mexeu com o Brasil”, ressalta o escritor.
Tal renovação de linguagem fugia do padrão das gramáticas normativas e expositivas.
“Eles acharam um jeito de dizer as coisas de maneira inteligente e atraente.”
Reportagem: Rubens Vitti Jr. | Foto: Arquivo/JP
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